sábado, 21 de setembro de 2013

Um dia sonhei

Lembro-me de ter uns 10 anos (+/-) e, como muitas raparigas da minha idade, sonhava que um dia me casaria, teria filhos e um emprego, sonhava ser professora (naquela época valia a pena sonhar com esta profissão), os anos foram avançando e os sonhos forem sendo reinventados, ser professora deixou de fazer parte dos meus sonhos, perdi-me sem saber ao certo o que queria fazer da vida, acho que passei pela fazer de pensar que qualquer coisa era bem vinda, desde que dela retirasse o meu sustento, no entanto o sonho de princesa encantada com o seu príncipe continuava vivo e a pairar na minha mente, até ao dia que alguém conseguiu "roubar-me" esse pequeno sonho, deixei de acreditar que os príncipes existiam, e passei a mentalizar-me que isso era coisa de livros de histórias infantis, só! Desacreditei por completo, deixei de investir nesse campo da vida e apostei todas as minhas fichas noutros. Se o lado sentimental sofreu tal reviravolta, o resto da minha vida também sofreu e nesse momento, com 24 anos, sonhei que um dia ia trabalhar com pessoas, que as ajudaria a encontrarem-se, a serem melhores, a evoluírem.
Esse sonho tornou-se, então, um objetivo. E como qualquer objetivo por nós (e para nós) imposto tem de cada um o melhor que temos, há a união de todos os nossos esforços para chegarmos lá, ao nosso objetivo.
Dei cinco anos da minha vida (que não lamento, de todo!), para me especializar naquilo que queria, sonhava, fazer um dia, ajudar pessoas!
Tomei consciência do quanto é preciso ser altruísta numa profissão destas, da necessidade de ter capacidade de ouvir sem julgar, sem avaliar, sem apontar o dedo, tomei também consciência, que há uma certa nobreza nesta vontade de ajudar o outro, de estender a mão para o ajudar a caminhar e seguir ao lado dele, lembrando-o sempre que o caminho é ele que o faz e nós só lá estamos para o encaminhar (tipo um GPS que eles programam!).
Um dia esse sonho pareceu-me uma realidade, estava perante a possibilidade de realizar o meu sonho, a um passo de chegar lá, de ser tudo o que sonhei.
Mas...
Imaginei uma união (burrinha que eu sou) de profissionais que tudo faria por mais e melhor, sem medo de perder a corrida, de perder o lugar, sem medo da competitividade.
Enganei-me, redondamente...
Hoje vejo que tudo que sonhei ao longo da minha vida, não é mais que isso mesmo, um sonho! Um sonho que como qualquer sonho que temos durante o sono, termina ao acordar. O meu acordar foi duro, foi brusco, mas espero não voltar a deixar-me embalar assim num sonho. Espero manter os pés no chão, tentar ser aquilo que imaginei, um dia, mas na defensiva para com aqueles que possa eventualmente encontrar no meu percurso. Os sonhos, são tão e somente sonhos, e esses por vezes dão-nos alguns dissabores terríveis.



Sonhar é bom, mas o acordar pode ser muito doloroso...

"Um sonho sonhado sozinho, é um sonho. Um sonho sonhado junto, é uma realidade!"
 Raul Seixas

Sonhei sozinha

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